terça-feira, 30 de agosto de 2011

Vale e Ibama são processados pelo MPF


seg, 29/08/11 por Décio Sá
Por Márcio Zonta, do Justiça nos Trilhos:
O Ministério Público Federal do Maranhão moveu uma Ação Civil Pública contra a mineradora Vale e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a fim de suspender a licença das obras para duplicação da Estrada de Ferros de Carajás, nas comunidades quilombolas de Monge Belo e Santa Rosa dos pretos, localizadas em Itapecuru Mirim. O diagnóstico mal conduzido pela mineradora sobre impactos em comunidades contou com a omissão do IBAMA.
Segundo o Procurador da República, Alexandre Silva Soares o motivo foi o “diagnóstico mal conduzido pela mineradora sobre os impactos nas comunidades, bem como a falta de medidas de mitigação e compensação diante das interferências que sofrerão os quilombolas, sobretudo, sociais. Sendo o IBAMA omisso ao que lhe foi apresentado”.
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Vista do Quilombo Santa Rosa dos Pretos, em Itapecuru: mais uma vítima da Vale
Laudos realizados pela Fundação Cultural Palmares e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) apontavam para a necessidade de um estudo mais complexo da Vale e do IBAMA para o licenciamento da obra.
Após análise técnica da Fundação Cultural Palmares, “constatou-se lacunas no decorrer do processo de licenciamento ambiental da Estrada de Ferro de Carajás, com insuficiência de informações acerca da existência, caracterização, levantamento de dados junto às comunidade quilombolas inseridas nas áreas de referência do empreendimento”.
Segundo estudo feito pela Antropóloga do INCRA, Fernanda Lucchesi, “evidencia-se que o modo de uso da terra pelas comunidades mencionadas vai muito além do mero aproveitamento instrumental de seus recursos, constituindo-se elemento estruturante de auto-identidade desses grupos sociais. Nesse espaço é que as comunidades desenvolvem centenariamente a sua vida, reproduzida ano a ano, com o histórico da ancestralidade negra e trajetória autônoma face à escravidão”.
Porém, Soares relata que no laudo da Vale entregue ao IBAMA, “foi tecida apenas breve menção a existência de comunidades tradicionais localizadas nas adjacências das obras de tal forma que não foram previstas ou executadas ações sociais”.
Para o Procurador da República, o estudo da mineradora ainda se limitou a “indicar meros contornos de ações compensativas as comunidades quilombolas, desconhecendo grupos étnicos que compõem a população afetada”, menciona.
A Ação Civil Pública precedida de manifestação da Vale e do IBAMA obteve resposta só da mineradora até o momento, mas não satisfatória para Soares. “A empresa não respondeu ao que diretamente foi perguntado a ela, confirmando a inexistência de medidas sociais em prol das duas comunidades quilombolas”, define o procurador.
Interesses
O interesse da Vale em conseguir logo a licença das obras tem explicação para a chefe do departamento que trata dos assuntos de titulação de terras quilombolas do INCRA, Leidyane Aron. “A titulação da terra a torna coletiva e inalienável, por isso a pressão da Vale para os inícios da obra”.
A mineradora pleiteia 40 metros de terra de ambos os lados da atual ferrovia, para a duplicação da estrada de ferro nas duas comunidades. Por isso pressiona o INCRA para republicação do estudo antropológico do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID), considerando essa metragem para seu uso.
“Ambas as comunidades lutam para que suas terras sejam tituladas como terras quilombolas, já que os moradores são reconhecidos como remanescentes. No entanto, o processo de titulação sofre impugnação administrativa pela Vale na justiça, sendo um dos entraves para titulação das terras para essas famílias”, explica Aron.
Reunião
Na tarde do dia 17 de agosto, o Procurador da República Alexandre Soares, junto à defensoria pública, recebeu no prédio do Ministério Público Federal, em São Luis, cerca de quinze representantes das comunidades de Santa Rosa dos Pretos e Monge Belo.
No encontro, os quilombolas manifestaram descontentamento sobre uma reunião, ocorrida no dia 30 de julho, envolvendo ambas as comunidades com a Vale e a Fundação Cultural Palmares. “Não estamos de acordo com a ata que foi feita sobre a reunião, pois tem coisas que não foram ditas e estão escritas nessa ata”, diz Raimundo Nonato dos Santos.
Jacqueline Pires Belfort, quilombola, estranhou a preparação da reunião: “tinha banheiros químicos, serviram comida para a comunidade, levaram ventiladores, computadores foram instalados para a impressão da ata…”.
Para a irmã Sandra, membro da rede Justiça nos Trilhos, que esteve na reunião, “parecia algo preparado e premeditado para que a comunidade fosse convencida sobre as obras com o mínimo de contrapartida da Vale”.
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Os quilombolas ainda relataram que o teor da ata, produzida pela Fundação Cultural Palmares, era projetada em data show enquanto era elaborada, porém após a conclusão o documento não foi lido por inteiro nem propiciada oportunidade de alteração ou anuência da comunidade, sendo apenas distribuída em cópia ao final. “A Vale interviu na elaboração da ata com sugestões acatadas, oportunidade não concedida a nós”, diz indignado o membro das comunidades Raimundo da Conceição.
Outro ponto tocado pelos quilombolas é que a ata da reunião continha concordância definitiva da comunidade, cedendo os 40 metros para a mineradora. “Mas nós não assinamos a ata, assinamos apenas a lista de presença passada no começo da reunião”, afirma Santos.
Para o diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro da Fundação Cultural Palmares, Alexandro Reis, que esteve na reunião do dia 30 de julho nas comunidades, “a ata da reunião foi lida inteiramente e todas as pessoas que estavam na reunião tiveram todas as oportunidades de tirar dúvidas, questionar, corrigir o texto e oferecer acréscimos. Em todos os momentos a comunidade foi instada a falar e solicitar esclarecimentos”.
E rechaçou que a ata seja um documento final sobre a situação, “o nosso parecer só será elaborado e enviado ao IBAMA quando essa etapa estiver totalmente concluída. Inclusive na audiência explicamos o nosso objetivo, compromisso e responsabilidade institucional com a proteção do patrimônio cultural das comunidades quilombolas do Brasil”.
O procurador Alexandre Soares não descarta a hipótese de instaurar um inquérito policial para averiguar se a ata foi realmente forjada.
Duplicação dos problemas
Enquanto muito se fala sobre os possíveis impactos gerados pela duplicação da Estrada de Ferro de Carajás, o advogado Danilo Chammas, da rede Justiça nos Trilhos ressalta: “a Vale ainda nem mitigou o problema da implantação da primeira ferrovia”.
O representante da comunidade de Monge Belo, Santos, concorda, “O que pedimos para a Vale hoje não é nada sobre a duplicação, mas o que ela já destruiu em trinta anos na nossa comunidade”.
Entre os problemas gerados na implantação do Programa Grande Carajás às duas comunidades, Santos cita os mais nefastos: “Igarapés entupidos, o trem atrapalha o transito da comunidade para escolas, hospitais, atropelamentos constantes de pessoas e animais, mudança no modo de vida das comunidades quilombolas”.
Se estes erros ainda não foram reparados, Chammas saliente que então ocorrerá a duplicação dos problemas, “teria que rever o que essas comunidades passaram todo esse tempo e serem tomadas medidas judiciais cabíveis ao que passou e ao que está por vir”, conclui o advogado

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Acordo para gestão florestal compartilhada vai ser assinado nesta segunda-feira


Objetivo é estabelecer regras para gestão dos recursos florestais no Estado do Maranhão.
Imirante, com informações da TV Mirante


SÃO LUÍS - Um acordo de cooperação técnica para a gestão florestal compartilhada entre os governos estadual e federal, que vai ser assinado nesta segunda-feira (29). O objetivo é estabelecer regras e condições de cooperação técnica para a gestão compartilhada dos recursos florestais no Estado do Maranhão, bem como a delegação de competência à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais para a realização de algumas formas de licenciamento ambiental.
            Sobre o assunto, o Bom Dia Mirante conversou com o presidente do IBAMA, Curt Trennepohl, na entrevista com a participação do jornalista Roberto Fernandes.

Visita ao Parque Ambiental do Bacanga

Visita ao Parque Ambiental do Bacanga e Estação de Tratamento de Esgoto - E.T.E
Logo mais estaremos postando mais imagens e relatório completo desta visita!










sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Economia de energia elétrica: mitos e verdades


Flávia Moraes
28 de Julho de 2011

Pequenas mudanças nos hábitos diários e uso dos aparelhos eletrodomésticos podem reduzir a sua conta de luz no final do mês. A importância de controlar o consumo está não apenas em economizar dinheiro, mas também em evitar o desperdício. “Daqui a 300 anos, a vida será diferente. Nossos netos vão reclamar da nossa geração, que foi a primeira a conhecer o problema das mudanças climáticas e do uso da energia e ainda não deu sinais definitivos de que vai resolver o problema”, afirma Agenor Gomes Pinto Garcia, consultor em eficiência energética e autor do livro Leilão de Eficiência Energética no Brasil.
                                                                                                                                                                                               Para esclarecer os dez principais mitos e verdades enviados pelos leitores, ((o)) Eco conversou com o professor Garcia e também com o especialista em economia de energia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), professor Gilberto Jannuzzi.
 

1    As lâmpadas fluorescentes são mais econômicas do que as incandescentes (amarelas)? E as lâmpadas de LED?

Numa escala de mais a menos econômicas e eficientes, os especialistas destacam as lâmpadas de LED, em primeiro lugar, seguidas das fluorescentes – compactas e tubulares, e, por último, as incandescentes. No entanto, se compararmos o preço pago pelo consumidor na hora da compra da lâmpada, a diferença significativa do valor do produto leva muitas pessoas a comprarem as lâmpadas amarelas. “Como regra geral, deve-se evitar o uso das incandescentes, que são baratas, mas cuja energia gasta custa caro ao final do mês”, explica Garcia.

Como as de LED ainda estão em desenvolvimento, o seu valor na hora da compra ainda não proporciona uma relação positiva de custo (preço da lâmpada) x benefício (energia economizada) para a maioria da população. Assim, optar pelas fluorescentes  ainda é a melhor escolha.

2.    Computadores: o que gasta menos energia, deixar ligado 24h ou ligar e desligar cada vez que vai usar? E com o monitor do computador, é o mesmo procedimento?

Se o tempo de pausa entre um uso e outro do computador for pequeno, em torno de 15 minutos, por exemplo, não vale à pena ligar e desligar todos os componentes. Apenas desligar o monitor, que consome bastante energia, já ajuda na economia. Agora se as pausas entre os usos forem longas, mais de uma hora, os especialistas aconselham desligar tudo. Outra opção é programá-los para entrar em modo de espera ou desligamento automático após uma hora sem uso, para o caso de o usuário esquecê-lo ligado. Se puder optar entre um computador e um laptop ou notebook prefira esses últimos, que são muito mais econômicos.

3.    O mito de que ligar e desligar os aparelhos e as lâmpadas consome mais energia do que manter ligado é verdade?

É relativo, segundo os especialistas, pois dependerá do tempo que você os deixar ligado desnecessariamente. Segundo Garcia, a melhor prática é apagar a luz sempre que sair do aposento, “pois nunca se sabe ao certo quanto tempo vai se passar fora”. Ele explica que, embora haja um pico na hora do ligamento, sua duração é mínima (energia é sempre a composição de potência e tempo), então a energia gasta é desprezível.
 
No entanto, Jannuzzi lembra que a questão pode ir além do consumo de energia, mas sim na vida útil do equipamento. “Quando o intervalo for muito pequeno, no máximo 15 minutos, é melhor deixar a luz ligada (se for fluorescente) para não fazer a mudança de temperatura da lâmpada. Você vai consumir um pouco de energia, mas prolongar a vida útil do equipamento, que é prejudicado pelo liga e desliga intenso”, explica.
 

4.    O chuveiro é mesmo o vilão da conta de luz? 

A característica dos chuveiros elétricos é consumir muita eletricidade em um período curto de tempo. Os dois fatores mais importantes são a potência do equipamento e o tempo de banho. “Atualmente temos chuveiros de até 12.000 watts, que, durante o banho, equivalem a 200 lâmpadas acesas ao mesmo tempo”, relata Jannuzzi. No sul do Brasil, onde faz mais frio e usa-se os chuveiros no modo inverno, a média de consumo desse equipamento costuma responder por cerca de 1/3 do consumo de eletricidade de uma residência.
 

Para economizar é preciso tomar banhos mais curtos ou ter outro sistema para aquecer a água, como a energia solar. Dependendo do custo do gás na região, a energia solar pode ser uma opção eficiente.
 

5.    O microondas também é um dos grandes consumidores de energia elétrica em casa?
O microondas é outro exemplo de aparelho com grande potência, mas com curto período de utilização – demora-se menos esquentando um copo de leite ou um prato de comida do que tomando banho. Por isso, não costuma pesar muito na conta de luz. “A menos que se tenha o mau hábito de usá-lo para cozinhar, em vez de só para aquecer, seu consumo não é tão alto. Conheci uma pessoa que o usava só pela preguiça de lavar panelas. Nesse caso, é melhor lavá-las, com certeza!”, esclarece Garcia.

6.    Chuveiro e ar-condicionado 220 volts gastam menos energia que os de 110 volts?

Os especialistas afirmam que a diferença no consumo de energia entre aparelhos 220 volts e 110 volts é pequena e não afeta de maneira significativa o consumo. No entanto, Jannuzzi destaca que em 220 volts os equipamentos vão funcionar melhor, ter um bom desempenho, além de prolongar a sua vida útil.

7.    Abrir a geladeira várias vezes ao dia gasta mais energia? 

O grande problema nessa questão da abertura da geladeira é muito mais o tempo que se gasta com ela aberta do que a quantidade de vezes que se abre a porta. Claro que a cada abertura há uma troca de calor do interior do equipamento com o ambiente, que está mais quente, e se gasta mais energia para resfriá-la em seguida. Dessa forma, quanto menos tempo a porta for mantida aberta, mais economia de energia será feita.
 

Outro desperdício muito comum em geladeiras decorre do desgaste da borracha vedadora, por onde o ar frio escapa e o ar quente entra. Para testar se sua geladeira está em boas condições, coloque uma folha de papel e feche a porta: se conseguir retirar a folha com a porta fechada está na hora de trocar a borracha.

8.    Ao usar o ferro de passar roupa, é melhor passar muitas peças a cada vez ou todo dia passar uma peça?

A maior parte da energia gasta ao passar a roupa é na hora de esquentar o ferro. Uma vez que o ferro esteja quente é melhor passar a maior quantidade possível de roupas. O professor Garcia destaca a semelhança entre o ferro e a máquina de lavar roupas: “Ela deve ser usada sempre próxima à sua capacidade máxima para economizar água e energia. Pesar o lote de roupas com uma balança é uma boa maneira de verificar se a quantidade separada é ideal”.

9.    É mito ou não que os aparelhos que mantemos plugados na tomada, mesmo quando desligados, continuam gastando energia? 

É verdade! O professor Jannuzzi ressalta que “a melhor opção de economia é desconectar os aparelhos da tomada, pois mesmo os melhores equipamentos, nessa situação, consomem 1 watt/hora. Cada aparelho conectado consome durante o ano todo 8,7 quilowatts. Como pagamos cerca de 40 centavos por quilowatt/hora (preço no Rio de Janeiro), isso representa um gasto próximo de 4 reais/ano por aparelho”.

Garcia lembra que o apelido desse desperdício é “energia vampira” e que ela já preocupa os responsáveis pelas políticas energéticas. “Cada um gasta um pouquinho, porém, como hoje em dia há muitos aparelhos, a energia gasta no total acaba sendo significativa”. Uma dica para aparelhos relacionados, por exemplo TV, DVD, modem de TV a cabo ou satélite – é liga-los todos a uma só régua de tomadas. Basta desligar a régua ao fim do dia para economizar.
 

10.    Quando chamar o elevador, faz diferença chamar apenas um deles ou quantos tiver no andar? Elevadores, afinal, gastam muita energia?

Os especialistas garantem que faz diferença no consumo de energia chamar mais de um elevador ao mesmo tempo, e que esse gasto, por estar diluído nas contas de condomínio, passa despercebido.
 

Uma boa prática é deixar só um elevador ligado durante a noite ou ter equipamentos que fazem com que só um elevador se desloque a cada chamada. Por seu lado, o usuário deve sempre evitar chamar vários elevadores ao mesmo tempo. Outra boa alternativa é usar as escadas sempre que possível, pois além de poupar energia elétrica, diminui-se o sedentarismo.
 

RIO +20


12 de Agosto de 2011
Nathália Clark
,Ricardo Abramovay: “Não há como prosseguir no combate à pobreza se não houver um movimento drástico e radical de redução do uso dos recursos de energia e matéria”. Crédito: Nathália Clark
                Estão em baixas as expectativas para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, a ser realizada no Rio de Janeiro em junho de 2012. Foi o que assinalaram os palestrantes do Seminário Radar Rio+20 para Jornalistas. Hoje, a humanidade produz riquezas extraindo 60 bilhões de toneladas anuais de matéria da superfície terrestre, o que significa um valor oito vezes maior do que há poucas décadas, afirmou Ricardo Abramovay, professor do Departamento de Economia da Universidade de São Paulo (FEA/USP). Segundo ele, apesar do excesso de habitantes no planeta ser grave, o maior problema não é o consumo dos pobres, mas o dos ricos. “A china é hoje o maior emissor de gases do efeito estufa. Mas, se for extraído o que o país exporta, essas emissões diminuiriam entre 30 e 40%, e ela deixaria de ser o maior emissor do mundo”, ilustrou.

               O evento foi uma parceria do Instituto Socioambiental (ISA), o Instituto Vitae Civilis (VC) e o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces), realizado nesta quinta-feira (11), em Brasília. Economia verde e governança, com objetivo de erradicação da pobreza mundial, são as duas principais pautas da conferência. Entretanto, para Abramovay a principal preocupação não deve ser apenas esta. “Não há a menor chance de se prosseguir no combate à pobreza se não houver um movimento drástico e radical de redução do uso dos recursos de energia e matéria”. Ou seja, se não houver uma mudança radical nos modos de produção, já que o modelo vigente é incompatível com a manutenção de serviços ecossistêmicos básicos.
 

                O problema da economia verde é que o aumento da eficiência no uso de energia não compensa o aumento do consumo e do uso dos recursos. “Devemos rever os padrões a partir dos quais produzimos os alimentos. Temos que saber utilizar melhor as fontes de energia das quais dispomos. A maneira de produzir energia implica decisões que têm efeito de longo prazo”, concluiu Abramovay. De acordo com ele, o crescimento do PIB mundial segue na mesma proporção do uso em intensidade do carvão, por exemplo, um dos grande emissores de gases do efeito estufa.

Vida ‘decente’ depende dos serviços ecossistêmicos

                  O maior desafio da economia verde, portanto, é reduzir a intensidade material e energética na produção das riquezas. Mas isso só será possível se aqueles que respondem pela fatia maior do consumo o reduzirem drasticamente. “Isso significa que o grande desafio da Rio+20 é saber se serão criados mecanismos que se dirijam antes de tudo para a satisfação das necessidades básicas: um conceito incorporado pelas nações unidas, que corresponde a saúde decente, educação decente, enfim, uma vida decente”, concluiu o pesquisador.
 
Para Ricardo Abramovay, professor da USP, o problema da economia verde é que o aumento da eficiência no uso de energia não compensa o aumento do consumo e do uso dos recursos. Crédito: IPEA
      O especialista lembrou a situação mundial atual de exaustão física de recursos. Ele acredita que o sistema produtivo deve se voltar para uma vida “decente”. “As empresas devem se perguntar a respeito do real valor daquilo que criam, que não está somente nas contas da economia. Por exemplo, a indústria automobilística tem responsabilidade sobre o trânsito de São Paulo e sobre a qualidade do ar que a gente respira”, explicou Abramovay.

                  Tony Gross, sócio fundador do ISA, e Pedro Ivo Batista, conselheiro da Associação Alternativa Terrazul, não demonstraram muita confiança nos resultados práticos da conferência, mas ressaltaram a importância de garantir a participação plural e ampla da sociedade civil no processo de tomada de decisão de políticas públicas. “Nós não temos muitas expectativas com a Rio+20. Mas, em compensação, a expectativa é alta no sentido de oportunidade de diálogos e mobilizações entre a própria sociedade e intersetorial (sociedade, empresas, parlamento). Apostamos muito na sinergia da sociedade”.

                    Um dos poucos deputados presentes, Ivan Valente lembrou que decisões nacionais interferem no contexto mundial. “O que se viu aqui no debate do Código Florestal vai contra todos os compromissos e protocolos que o Brasil assinou. Uma bancada ruralista mandante é um ‘rombo no casco’ de quem quer ser protagonista. O país não pode querer liderar o debate ambiental se permitir a alteração do Código”, frisou.

ECO FAXINA por: Luana Caires


A faxina pode até ser chata e desgastante, mas  casa limpinha é uma maravilha. E se você pensa que para isso precisa daqueles produtos industrializados cheios de substâncias tóxicas está enganado. Além de não serem prejudiciais à saúde, as versões caseiras funcionam tão bem quanto as do supermercado, são bem mais baratas e não agridem o meio ambiente.
((o)) eco selecionou algumas receitas para você fazer sabão, amaciante, desinfetante e outros produtinhos em casa e tornar o seu ritual de limpeza mais sustentável.
Sabão caseiro em barra
Existem várias maneiras de preparar sabão caseiro. Para essa receita, você vai precisar de ½ litro de soda cáustica líquida, 2 litros de óleo ou gordura, 250ml de álcool e 1½ litro de água. Ferva a água e a coloque em um balde com todos os outros ingredientes. Com um cabo de vassoura ou com uma colher de pau, misture bem por mais ou menos 40 minutos. Quando a massa ficar consistente e com uma corzinha creme, forre uma caixa de madeira com um pano, deposite a mistura sobre ele e deixe secar em um local arejado. A pasta pode demorar um pouquinho para endurecer, mas isso é normal. Depois de seco, retire o sabão da caixa puxando pelo pano e corte como desejar.
Mas fique atento: A soda deve ser manuseada com muito cuidado! Não se esqueça de usar luvas de borracha para evitar que ela entre em contato com a pele e cause queimaduras.
Detergente para louças
Ferva, em fogo baixo, duas xícaras de água e 1 xícara de sabão de coco ralado. Mexa até dissolver. Tire do fogo, acrescente mais seis xícaras de água, duas colheres de bicarbonato de sódio, suco de dois limões e misture bem. Depois é só aplicar na louça e esfregar.
Amaciante
Fazer amaciante caseiro é mais fácil do que você imagina. Basta misturar 1 sabonete de glicerina ralado com 2 xícaras de água e levar ao fogo. Deixe ferver até o sabonete dissolver. Depois, acrescente mais 6 xícaras de água, 2 colheres de glicerina liquida e  1 colher de leite de rosas. Misture bem e engarrafe.
Para passar roupas
Uma solução feita com uma colher de sopa de polvilho dissolvida em 1 litro de água facilita a tarefa e ainda não polui o ar.
Desinfetante para banheiro
Separe algumas folhas de eucalipto e deixe de molho em 1 litro de álcool (de preferência 70º) por 2 dias. Depois, ferva 1 litro de água com um sabão caseiro ralado até que ele seja dissolvido. Então, basta adicionar essa mistura à essência de eucalipto e engarrafar.
E para deixar a sua casa com um cheirinho agradável, invista em plantas. Você sabia que, além de perfumar, algumas espécies melhoram o ar do ambiente? A azaleia e o  antúrio, por exemplo, combatem poluentes como amoníaco e são indicados para cozinhas e banheiros. Já o lírio e a flor-do-natal são recomendados para cômodos pouco ventilados, pois funcionam como filtros de ar.

10 usos domésticos para a cerveja


Luana Caires 25.08.2011
Provavelmente você não deve ouvir falar muito sobre os usos alternativos da cerveja. Mas acredite: ela pode ser mais útil do que você imagina. Além de animar churrascos por aí, ela também pode ajudar no controle insetos do seu jardim, dar mais brilho a móveis de madeira e ser usada como adubo de plantas. ((o)) eco reuniu algumas dicas para você fazer bom proveito daquele fundinho das latas que sobram em qualquer festinha com os amigos. 
Remoção de manchas
Em vez de apelar para produtos químicos, tente remover manchas de chá ou café com cerveja. Basta umedecer a parte atingida com um pouco dessa bebida fermentada e deixar agir por alguns minutos. Em seguida, passe um pano molhado com água fria sobre a mancha até que ela seja suavizada.  Depois, é só lavar normalmente com água e sabão.  Mas não se esqueça de testar a cerveja em uma pequena área do tecido antes de tentar remover a mancha. Alguns materiais são mais sensíveis, e o resultado pode não ser tão bom quanto o esperado.
Contra lesmas e caracóis
Se esses moluscos andam danificando o seu jardim, uma bela armadilha pode ajudar a controlar o número dessas criaturazinhas a zanzar pela suas plantas. Basta colocar cerveja em uma vasilha e deixá-la próxima à área a ser protegida durante a noite. O aroma da bebida atrai lesmas e caracóis, que acabam se afogando no líquido.
Para limpar joias de ouro
Ela também é ótima para dar brilho a joias ou a pequenos objetos de ouro. É só mergulhá-los em um prato fundo contendo um pouco da cerveja e deixar agir por 10 minutos. Depois, basta tirar as peças do líquido, enxaguar e usar um pano macio e seco para dar um polimento final.
Dê fim às moscas
Assim como as lesmas, as moscas também são atraídas pela cerveja. Para evitar que elas fiquem sobrevoando o seu lixo ou seu pote de compostagem, coloque uma lata com um pouco da bebida na sua cozinha e cubra a parte de cima da latinha com um plástico, deixando apenas um pequeno furo para as moscas entrarem. Uma vez dentro, elas não conseguirão mais sair.
As plantas também gostam
Você pode usar cerveja até como fertilizante na sua horta. Os açúcares presentes na bebida também são apreciados pelas plantinhas. Se for regar espécies mantidas em vasos no interior da casa, só tome cuidado para exagerar na quantidade. O ideal é colocar uma pequeno volume de cerveja sem gás na base da planta.
 Distraia abelhas e vespas
Quem costuma fazer piquenique sabe que esses insetos adoram aparecer sem serem convidados. Para evitar que eles se aproximem dos seus petiscos ou se afoguem na sua bebida, deixe alguns copos de cerveja nos arredores do local escolhido para o seu piquenique. As abelhas e vespas serão atraídas pela bebida e não chegarão a importunar a sua refeição ao ar livre.
Adeus ratos
Se você não tem um gato em casa, a cerveja também pode lhe ajudar a se livrar de pequenos ratos. É só colocar um pouco da bebida em uma vasilha alta e fazer uma espécie de rampa com um pedaço de madeira para que os camundongos consigam chegar até o topo da vasilha. Essa técnica é indicada para quem precisa se livrar de pequenos roedores, mas pretende controlá-los de uma forma menos violenta. Depois de capturados, você pode soltar os ratinhos bêbados em algum local distante de sua casa.
Acabe com a ferrugem
Sabe aquele parafuso de metal que há anos não é desrosqueado? Quando a remoção parecer impossível, a cerveja pode lhe ajudar a se livrar da ferrugem que dificulta a movimentação do tal parafuso. Envolva a área enferrujada com um pano umedecido com a bebida e espere cerca de 1 hora.
Armadilha para baratas
Basta colocar um pedaço de pão embebido em cerveja em uma jarra com vaselina espalhada em suas bordas. As baratinhas serão atraídas para dentro do recipiente, mas não conseguirão sair de lá.
Para recuperar o brilho de móveis de madeira
Se quiser, você pode até aposentar aquele lustra-móveis industrializado. A cerveja é ótima para recuperar o brilho e a cor de móveis de madeira. É só umedecer um paninho macio com um pouco da bebida sem gás, aplicar sobre a superfície a ser lustrada e … voilà!

"Se não mudar, Código Florestal estimulará desmatamento"


           Mesmo depois de ter tido um corte de 36,9% em seu orçamento em 2011, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, diz que a política ambiental do governo Dilma está de pé. O Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade e o IBAMA continuam suas atividades de fiscalização, ela garante. Entre as prioridades de sua gestão estão a luta contra o avanço do desmatamento e a aceleração do licenciamento de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), carro-chefe do governo. Mas no momento, uma das principais questões na agenda da ministra é a luta para mudar o projeto de lei do Código Florestal aprovado em 24 de maio na Câmara dos Deputados. "O substitutivo aprovado em maio pela Câmara dos Deputados inviabiliza, de certa forma, vários mecanismos de conservação da natureza conquistados ao longo da história pelos cidadãos brasileiros", diz ela nesta em entrevista((o))eco. 

Nascida em Brasília, Izabella é bióloga e possui mestrado em Planejamento Energético e doutorado em Planejamento Ambiental pela COPPE/UFRJ. Funcionária de carreira do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) desde 1984, já foi diretora de Qualidade Ambiental do órgão. Atuou ainda como Subsecretária Estadual do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, de 2007 a 2008. Sucessora de Carlos Minc, com quem chegou ao Planalto, ela tomou posse da principal pasta ambiental em abril de 2010. Antes disso, foi secretária-executiva do ministério, de 2008 a 2010. Na entrevista, a ministra fala sobre desafios e metas, sobre o debate do Código Florestal, Unidades de Conservação, Políticas Públicas e os rumos do ministério nos próximos anos de mandato do Governo Dilma Roussef.

((o)) eco – Qual foi exatamente o corte orçamentário do Ministério?

O orçamento previsto em lei para este Ministério é de R$ 1,1 bilhão, que foi limitada a um máximo de R$680,3 milhões em 2011, ou uma redução de 36,9%.

((o)) eco – Com mais de um terço de corte no orçamento desse ano, como o MMA perseguirá suas metas? 

Há uma sensibilidade grande em relação às prioridades do Ministério, em especial no que se refere a diárias e passagens. IBAMA e ICMBio são órgãos com gastos altos deste tipo, pois viagens são necessárias para fiscalizar queimadas e enfrentar o desmatamento. Há compreensão do governo em manter as atividades imprescindíveis para a boa gestão ambiental.

((o)) eco – A senhora ingressou no novo mandato com muitos desafios pela frente, como acompanhar as negociações sobre o Código Florestal na Câmara dos Deputados e agora no Senado Federal. Além disso, tem sob sua responsabilidade o controle ao avanço do desmatamento, a coordenação da Conferência Rio+20 e a implementação de várias políticas nacionais. Entre elas, a de Mudanças Climáticas e dos Resíduos Sólidos. Quais as prioridades para o segundo semestre de 2011?
"O substitutivo aprovado em maio pela Câmara dos Deputados inviabiliza, de certa forma, vários mecanismos de conservação da natureza conquistados ao longo da história pelos cidadãos brasileiros"

A negociação no Senado do novo Código Florestal é um dos principais requisitos para a redução do desmatamento em todos os biomas e, consequentemente, para o cumprimento das metas de redução de emissões de Gases do Efeito Estufa (GEEs) previstas na Política Nacional sobre Mudanças do Clima. Temos também que implementar a primeira fase da Política Nacional de Resíduos Sólidos e, ainda, construir uma política para a Rio+20.  O Ministério do Meio Ambiente será o coordenador da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a ser realizada em junho de 2012, no Rio de Janeiro. Considerado como um dos encontros mais importantes da década, a reunião terá como desafio a discussão de uma economia verde, a erradicação da pobreza e a revisão da estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. Mas além de sediar a conferência, o Brasil quer ser protagonista, entre outros, em temas como a segurança alimentar, tendo como referência a economia agrícola de base familiar e também na chamada governança ambiental. A gestão compartilhada das políticas públicas no Brasil, envolvendo a participação de diversas conferências e conselhos, pode ser referência positiva para uma reforma do sistema mundial rumo à sustentabilidade social e ambiental.
                          Leia também: Freio e cautela nas expectativas para a Rio+20.

                  Deputado afirma: "Novo Código Florestal é licença para desmatar"
 
           Quanto às negociações do Código Florestal , esclarecemos que o substitutivo aprovado em maio pela Câmara dos Deputados inviabiliza, de certa forma, vários mecanismos de conservação da natureza conquistados ao longo da história pelos cidadãos brasileiros. Avanços ambientais são avanços sociais e, por conseguinte, perdas ambientais representam perdas sociais. Toda a sociedade se beneficia da qualidade natural, não importando a que setor pertença. Cidadãos urbanos, pequenos e grandes produtores rurais, todos, sem exceção, ficam um pouco mais pobres e, a longo prazo, com a qualidade de vida comprometida cada vez que damos um passo atrás na conservação do patrimônio natural do país. Estamos trabalhando para que os avanços contemplados na versão atual sejam preservados e que os retrocessos sejam mudados durante a tramitação no Senado. Como exemplo de retrocessos, podemos citar a anistia aos desmatadores. Este procedimento, se aprovado, não só estabelece a impunidade como ainda pode incentivar o desmatamento. Ao reduzir as Áreas de Preservação Permanentes (APPs), a versão aprovada na Câmara permite prever concretamente um aumento imediato nas taxas de desmatamento. Há indícios de que a simples perspectiva de aprovação destes dois mecanismos já tenha começado a estimular o desmatamento ilegal. 

A questão não pode ser vista como uma mera disputa política ou econômica entre interesses de diferentes grupos da sociedade. A questão ambiental está muito acima disto. O Congresso precisa ter plena consciência de que não estará somente fazendo uma opção entre modelos de produção. Irá além, pois fará uma opção entre crescimento com degradação versus vida com sustentabilidade a longo prazo. O futuro Código Florestal vai definir, em última instância, o que o Parlamento brasileiro almeja para o futuro do Brasil.
                             Desmatamento no Brasil: redução pontual, aumento global
 
((o))eco – E a política de resíduos sólidos?

Quanto à implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) o primeiro passo será a conscientização da população brasileira sobre a necessidade de separar seu lixo, seu resíduo, entre úmido e seco. Já colocamos no ar uma campanha conclamando os brasileiros a participarem deste movimento. A iniciativa vem sendo muito bem recebida e a proposta é incrementar a indústria de reciclagem, diminuindo o desperdício de recursos naturais. No momento, o comitê do plano de resíduos sólidos e o de logística reversa, instituídos pela nova política, vêm se reunindo de forma sistemática. Os próximos produtos oriundos da nova política serão o Plano Nacional de Resíduos Sólidos e uma nova modelagem para a logística reversa de cinco áreas, como os eletroeletrônicos, medicamentos, pilhas e baterias, embalagens de agrotóxicos, lâmpadas fluorescentes e embalagens em geral. Nos próximos dias será apresentado ao Brasil a primeira versão do Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Em seguida, o documento será colocado em debate com a sociedade, por meio de consulta pública, por cerca de 40 dias. A primeira versão do plano está sendo construída com cenários embasados em estudos elaborados pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), que fará o primeiro diagnóstico efetivo dos resíduos sólidos no país.

((o)) eco – O projeto do novo Código Florestal e o Zoneamento Ecológico Econômico do Mato Grosso são citados por especialistas como afrouxamentos de políticas, que incentivam o desmate ilegal em áreas privadas (que soma 65% do total). Concorda que esses já tenham sido fatores causadores do aumento do desmate? Há possibilidade de aumento anual após o recorde de baixa em 2010?

Temos acompanhado com certa apreensão o debate técnico, político, jurídico e social que está acontecendo no Mato Grosso, em torno do zoneamento daquele estado. Está agendada para o dia 19 deste mês a apresentação do Zoneamento de Mato Grosso à Comissão Coordenadora do Zoneamento Ecológico Econômico do Território Nacional. Este é o momento em que se inicia a análise do documento final e é o momento em que a Comissão Nacional internaliza a discussão, avaliando o trabalho e seu eventual envio, se aprovado, para apreciação do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Somente após o cumprimento destas etapas poderemos ter uma visão clara sobre a questão.

Programa Agricultura de Baixo Carbono

Programa Agricultura de Baixo Carbono, criado em 2010 pelo governo federal, dá incentivos e recursos para os produtores rurais adotarem técnicas agrícolas sustentáveis.
Tudo para mitigar e reduzir a emissão dos gases de efeito estufa – gás carbônico (CO2), gás metano (CH4) e óxido nitroso.
A ideia é que a produção agrícola e pecuária garanta mais renda ao produtor, mais alimentos para a população e aumente a proteção ao meio ambiente.
programa ABC prevê, para a safra 2011/2012, R$ 3,150 bilhões para incentivar processos tecnológicos que neutralizem ou minimizem os efeitos dos gases de efeito estufa no campo.O governo quer difundir uma nova agricultura sustentável, a ser adotada pelos agricultores, para reduzir os impactos do aquecimento global.

::Dinheiro para ua agricultura mais verde

Os recursos para investimentos estão contemplados no Plano Agrícola e Pecuário2011/2012.
Produtores rurais e cooperativas poderão contar com limite de financiamento de R$ 1 milhão e taxas de juros de 5,5% ao ano. O prazo para pagamento é de 5 a 15 anos.

::Para obter financiamento

  • Procure a sua agência bancária para obter informações quanto à aptidão ao crédito, documentação necessária para o encaminhamento da proposta e garantias.
  • Consulte um profissional habilitado para elaboração de projeto técnico. A proposta deve ter, obrigatoriamente, a identificação do imóvel e da área total. Também precisa constar no projeto o croqui descritivo e histórico de utilização da área a ser beneficiada.
    O produtor precisa apresentar comprovantes de análise de solo e da respectiva recomendação agronômica. Outro item importante é o ponto georreferenciado por GPS ou outro instrumento de aferição na parte central da propriedade rural. Por último, não deixe de incluir no projeto o plano de manejo agropecuário, agroflorestal ou florestal, conforme o caso, da área.
  • Apresente a proposta de financiamento, com os documentos informados pela agência bancária e o projeto técnico. O produtor precisa comprovar a disponibilidade de renda para quitar as parcelas do financiamento ao projeto que contemple recomposição e manutenção de áreas de preservação permanente e reserva legal.
  • Ao final de cada quatro anos, contados da data de liberação da primeira parcela até a liquidação do financiamento, é preciso apresentar relatório técnico com informações sobre a implementação do projeto e a caracterização da área. 
    O projeto precisa ser assinado por profissional habilitado, de instituição pública ou privada, conforme modelo definido pelo Ministério da Agricultura.
http://www.agricultura.gov.br/abc/